Agosto, mês das vocações |
| Por: Dom Fernando Mason
Bispo Diocesano de Piracicaba |
|
|
Para alguns, agosto é um mês de
que se cuidar, pois ele seria nefasto... Mas para os participantes assíduos da
comunidade católica, agosto, além de ser um mês abençoado como todos os demais,
é desde 1981 o mês vocacional.
Por que tamanha importância dada
ao tema vocação? Porque a vocação é o início de tudo. Quando ouvimos ou usamos
a palavra vocação, logo a entendemos num sentido bastante vago e geral, como
sendo uma inclinação, um talento, uma qualidade que determina uma pessoa para
uma determinada profissão, por exemplo, vocação de pedreiro, de mãe, de médico.
E nessa compreensão também a
vocação de sacerdote, de esposos, de leigos cristãos. Essa compreensão, porém,
não ajuda muito no bom entendimento do que seja vocação quando nós, na Igreja,
usamos essa palavra.
Vocação, em sentido mais preciso,
é um chamamento, uma convocação vinda direta-mente sobre mim, endereçada à
minha pessoa, a partir da pessoa de Jesus Cristo, convocando-me a uma ligação
toda própria e única com Ele, a segui-lo, (cf. Mc 2,14). Vocação, portanto,
significa que anterior a nós há um chamado, uma escolha pessoal que vem de
Jesus Cristo, a quem seguimos com total empenho, como afirma São Paulo na Carta
aos Romanos: "Eu, Paulo, servo de Jesus Cristo, apóstolo por vocação,
escolhido para o Evangelho de Deus." (Rom 1, 1)
Vocação é chamado e resposta. É
uma semente divina ligada a um sim humano. Nem a percepção do chamado, nem a
resposta a ele são tão fáceis e tão "naturais". Exigem afinação ao
divino e elaboração de si mesmo, sem as quais não há vocação verdadeira e real.
Essa escolha pessoal, de amor, é
concretizada de uma forma bem objetiva no Sacramento do Batismo, que por isso
se torna fundamento e fonte de todas as vocações. É neste chão fértil, carregado
de húmus divino, regado pelo sangue de Jesus, que brotam as vocações
específicas, aquelas que cabem diferentemente a cada um. Algumas delas são mais
usuais e comuns, como a de casal cristão, de leigo cristão, de catequista, de
animador da caridade na comunidade.
Outras são definidas pela Igreja
como vocações de "singular consagração a Deus", por serem menos
usuais, mas igualmente exigentes e mais radicais no processo de seguimento de
Jesus: são as vocações de sacerdote, de diácono, de religioso, de religiosa.
As vocações mais usuais são
cultivadas em nossas comunidades eclesiais. As de "singular consagração a
Deus" são cultivadas em comunidades eclesiais especiais, como nossos
seminários.
O mês vocacional quer nos chamar
à reflexão para a importância da nossa vocação, descobrindo nosso papel e nosso
compromisso com a Igreja e a sociedade. Reflexão que deve nos levar à ação,
vivenciando no dia-a-dia o chamado que o Pai nos faz. Que a celebração do mês
vocacional nos traga as bênçãos do Pai para vivermos a nossa vocação
sacerdotal, diaconal, religiosa ou leiga. Todas elas são importantes e
indispensáveis. Todas elas levam à perfeição da caridade, que é a essência da
vocação universal à santidade.
E no domingo de agosto, quando
refletimos sobre a vocação leiga, somos convidados a homenagear nossos
catequistas, aquelas pessoas que, num testemunho de fé e generosidade,
dedicam-se ao sublime ministério de transmitir as verdades divinas a nossas
crianças, adolescentes e jovens.
Fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/materia/bispo/26.htm