sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Conic lança Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016

29 de janeiro de 2016

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 será lançada oficialmente na quarta-feira de cinzas, dia 10 de fevereiro. O tema da campanha deste ano é “Casa Comum, nossa responsabilidade”, e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5.24). A campanha deste ano busca fortalecer a construção de políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da Casa Comum, ou seja, do planeta Terra.
A Campanha da Fraternidade Ecumênica é realizada pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) e assumida pelas igrejas-membros: Católica Apostólica Romana, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Episcopal Anglicana do Brasil, Presbiteriana Unida do Brasil e Sírian Ortodoxa de Antioquia. Além dessas igrejas, estão integradas à campanha a Aliança de Batistas do Brasil, Visão Mundial e Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (Ceseep). A Coleta Ecumênica Nacional da Solidariedade ocorrerá no dia 20 de março, Domingo de Ramos.
Este ano, a Campanha da Fraternidade Ecumênica terá dimensão internacional, pois será realizada em parceria com a Misereor, entidade vinculada à Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento da Ásia, África e América Latina. A campanha será lançada oficialmente às 10h45min do dia 10/2 na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no Setor de Embaixadas Sul (SES) 801, conjunto B, em Brasília/DF. Na noite do mesmo dia, a partir das 20 horas, está prevista a realização de uma celebração ecumênica na Comunidade Evangélica de Confissão Luterana, na Entre Quadras Sul (EQS) 405/406, Asa Sul. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 3321-4034.
Políticas de saneamento
No Brasil, 7,2 milhões de habitantes não possuem banheiro em suas residências (de acordo com o Progress on Sanitation and Drinking-Water, dados de 2014), cerca de 35 milhões de pessoas não contam com água tratada em casa e quase 100 milhões estão excluídas do serviço de coleta de esgotos, como aponta publicação de 2015 do Instituto Trata Brasil. Por isso, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 aborda prioritariamente a construção de políticas públicas na área do saneamento básico.
Ainda de acordo com o Trata Brasil, a cada 100 litros de água coletados e tratados, em média apenas 67 litros são consumidos. Contudo, 37% da água coletada no Brasil é perdida em função de vazamentos, furtos ou ligações clandestinas, falta de medição ou medições incorretas do consumo de água, do que resulta um prejuízo de R$ 8 bilhões. A soma do volume de água perdida por ano nos sistemas de distribuição das cidades daria para encher seis sistemas Cantareira (SP). Eis o porquê da campanha tocar mais diretamente este assunto, uma vez que o mesmo diz respeito à saúde pública, à dignidade humana, à sustentabilidade do planeta e também à economia.
Materiais relacionados à Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016 estão disponíveis aqui.
Fonte: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic)


História da Campanha da Fraternidade no Brasil


A Campanha da Fraternidade nasceu por iniciativa de Dom Eugênio de Araújo Sales, em Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, como expressão da caridade e da solidariedade em favor da dignidade da pessoa humana, dos filhos e filhas de Deus.
Assumida pelas Igrejas Particulares da Igreja no Brasil, a Campanha da Fraternidade tornou-se expressão de comunhão, conversão e partilha. Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3).
A Campanha da Fraternidade tem hoje os seguintes objetivos permanentes:
01 – Despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum;
02 – Educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor, exigência central do Evangelho;
03 – Renovar a consciência da responsabilidade de todos pela ação da Igreja na evangelização, na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária (todos devem evangelizar e todos devem sustentar a ação evangelizadora e libertadora da Igreja).
A coleta da Campanha realizada como um dos gestos concretos de conversão quaresmal tem realizado um bem imenso no cuidado para com os pobres.
Ao percorrermos o itinerário da Campanha que nossos irmãos nos prepararam, possamos continuar seguindo Cristo, caminho, verdade e vida (Cf. Jo 14,6).

Resumo do texto-base da Campanha da Fraternidade 2016
08/11/2015/0 Comentário/em Campanhas CNBB, Fraternidade, CFE 2016, Texto-base CFE 2016
TEMA: “Casa comum, nossa responsabilidade”
LEMA: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.
Em 2016, o tema será “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema bíblico apoia-se em Amós 5,24 que diz: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”.
O objetivo principal da iniciativa será chamar atenção para a questão do saneamento básico no Brasil e sua importância para garantir desenvolvimento, saúde integral e qualidade de vida para todos.
Uma das grandes novidades desta quarta edição da campanha ecumênica, é a participação da Misereor, entidade episcopal da Igreja Católica da Alemanha que trabalha na cooperação para o desenvolvimento na Ásia, África e América Latina. A colaboração acontece em vista do desejo dos organizadores em transpor as fronteiras nacionais.
RESUMO DO TEXTO BASE
CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA 2016
INTRODUÇÃO
Pela quarta vez a Campanha da Fraternidade é realizada de forma ecumênica. As outras três tiveram os seguintes temas:
Ano 2000 –  Dignidade Humana e paz – Novo Milênio sem exclusões
Ano 2005 – Solidariedade e Paz – Felizes os que promovem a Paz
Ano 2010 – Economia e Vida – Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro
A Campanha da Fraternidade deste ano tem como objetivo geral “assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.
As reflexões sobre o saneamento básico contidas neste texto base demonstram que esse é um direito humano fundamental e, como todos os outros direitos, requer a união de esforços entre sociedade civil e poder público no planejamento e na prestação de serviços e de cuidados. Por isso é uma Campanha Ecumênica, pois a questão do Saneamento afeta não apenas católicos, mas todas as pessoas, independente da fé que professem.
O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos, o controle de meios transmissores de doenças e a drenagem de águas pluviais são medidas necessárias para que todas as pessoas possam ter saúde e vida dignas. Por isso, há que se ter em mente que “justiça ambiental” é parte integrante da “justiça social”.
PRIMEIRA PARTE
As escolhas das atitudes para a preservação da vida no planeta Terra devem ser orientadas por critérios coerentes com o propósito de mais justiça e paz. Tais escolhas devem contribuir para a superação das desigualdades e das agressões à criação. Por isso, hoje, as preocupações e consequentes ações no âmbito do saneamento passam a incorporar não só questões de ordem sanitária, mas também de justiça social e ambiental. É, portanto, necessária e urgente que as ações para a preservação ambiental busquem também construir a justiça, principalmente para os pequenos e pobres.
Estudos estimam que morre uma criança a cada 3 minutos por não ter acesso a água potável, por falta de redes de esgoto e por falta de higiene. Crianças com diarreia comem menos e são menos capazes de absorver os nutrientes dos alimentos, o que as torna ainda mais suscetíveis a doenças relacionadas com bactérias. O problema se agrava, pois as crianças mais vulneráveis à diarreia aguda também não têm acesso a serviços de saúde capazes de salvá-las. Ampliando a questão da saúde para todas as faixas etárias, em 2013, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 340 mil internações por infecções gastrointestinais no país. Se 100% da população tivesse acesso à coleta de esgotos sanitários haveria uma redução em termos absolutos de 74,6 mil internações.
Os últimos dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico – base 2013) mostram que pouco mais de 82% da população brasileira têm acesso à água tratada. Mais de 100 milhões de pessoas no país ainda não possuem coleta de esgotos e apenas 39% destes esgotos são tratados, sendo despejados diariamente o equivalente a mais de 5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento na natureza.
Alguns dados mundiais sobre o saneamento:
– No mundo, um bilhão de pessoas fazem suas necessidades a céu aberto.
– Mais de 4.000 crianças morrem por ano por falta de acesso a água potável e ao saneamento básico.
– Na América Latina, as pessoas têm mais acessos aos celulares que aos banheiros.
– 120 milhões de latino-americanos não têm acesso aos banheiros.
Alguns dados do Brasil sobre saneamento
– O Brasil está entre os 20 países do mundo nos quais as pessoas têm menos acesso aos banheiros.
– Cada brasileiro gera em média 1 quilo de resíduos sólidos diariamente. Só a cidade de São Paulo gera entre 12 a 14 mil toneladas diárias de resíduos sólidos.
– As 13 maiores cidades do país são responsáveis por 31,9% de todos os resíduos sólidos no ambiente urbano brasileiro.
Para onde vão todos estes resíduos?
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 do IBGE, divulgada em 2010:
50,8% foram levados para os lixões, local para depósito do lixo bruto, sobre o terreno, sem qualquer cuidado ou técnica especial.
21,5% são levados para aterros controlados, local utilizado para despejo do lixo bruto coletado, com cuidado de, diariamente, após a jornada de trabalho, cobrir os resíduos com uma camada de terra, de modo a não causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, bem como minimizar os impactos ambientais.
27,7% são levados para aterros sanitários, local monitorado em conformidade com a legislação ambiental, de modo a que nem os resíduos nem seus efluentes líquidos e gasosos venham a causar danos à saúde pública ou ao meio ambiente.
Um dado alarmante é que a América do Norte e a Europa mandam seus resíduos sólidos para a África e, infelizmente, também para o Brasil. Em 2009 e 2010 portos brasileiros receberam cargas de resíduos (LIXO) domiciliares e hospitalares. Focando apenas no Brasil, os lixões e aterros sem controle, localizam-se próximos ou em áreas de residência de populações pobres, nas quais os habitantes são obrigados a conviver com a sujeira gerada pelos demais moradores, resultando em injustiça ambiental.
SANEAMENTO BÁSICO PARA ALÉM DA CIDADE
Se a situação já é precária no meio urbano, no meio rural brasileiro é ainda mais absurda. Apenas 42% das moradias rurais dispõem de água canalizada para uso doméstico. Os outros 58% usam água de outras fontes, porém, sem nenhum tipo de tratamento.
Muitas habitações rurais são tão precárias que sequer dispõem de banheiros ou fossas. Somente 5,2% dos domicílios rurais possui coleta de esgoto ligado à rede geral e 28% possuem fossa séptica. Em 49% das residências que possuem banheiro, o escoamento de fezes e urina corre por meio de fossas rudimentares não ligadas à rede. Há 52,9% de residências que buscam soluções rudimentares como valas ou despejo do esgoto diretamente nos cursos de água. Há ainda 13,6% que não usam nenhuma solução.
Todos estes números revelam a falta de dignidade à vida das pessoas que vivem nas áreas rurais. São 7,6 milhões (25% da população rural do Brasil) que vivem em extrema pobreza. Por isso, o saneamento rural deve ser implementado de forma articulada com outras políticas públicas, de modo a superar o déficit de moradias, dificuldade de acesso à eletrificação rural e ao transporte coletivo.
SANEAMENTO BÁSICO E ÁGUA POTÁVEL, UMA RELAÇÃO VITAL
A água é o recurso mais abundante no planeta Terra, porém, apenas 0,007% estão disponíveis para o consumo humano. O restante é constituído por águas salgadas, geleiras e águas subterrâneas de difícil captação. O Brasil é privilegiado em recursos hídricos, com 12% da água doce do mundo. Entretanto, a escassez de água potável, que é hoje um problema  crônico em diversas regiões do mundo está gerando alertas também no nosso país.
É importante saber que cerca de 70% da água doce do Brasil estão concentradas na região Norte, a menos populosa, enquanto que as regiões Nordeste e Sudeste, com alta população, dispõem de pouca água. O risco de desabastecimento em larga escala é uma ameaça não somente em áreas tradicionalmente áridas, mas também nas grandes cidades.
Num futuro próximo, a busca pela água será capaz de provocar disputas internacionais. Apesar da constatação da falta da água, o Brasil é considerado o campeão de desperdício de água no mundo – a média de desperdício da água potável nos sistemas de distribuição chega a 37%.


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Fortalecendo a convivência

Dona Creusa Sampaio vive superando as dificuldades para garantir a renda familiar

É no Sitio Arco Iris, localizado na comunidade Boqueirão zona rural de Santa Terezinha, que reside a senhora Creusa Silva Sampaio. Nascida e criada na zona rural, ela conta que trabalhou em casa de família em Salvador, casou, teve quatro filhos e decidiu voltar para a roça. Hoje, com 47 anos de idade, é mãe de 04 filhos. Sempre dedicada, ela se dividia entre os cuidados com a família e a roça. Hoje, apenas Lucas Sampaio, o filho mais novo mora com ela e a ajuda em todas as tarefas. Dona Creusa não gosta de falar do passado sofrido, mas ela lembra que na comunidade não tinha água encanada, nem energia e buscava água nas fontes e quando faltava tinha que esperar o carro pipa fazer o abastecimento. O único meio de comunicação era o rádio de pilha. “Falar das minhas dificuldades é muito difícil, hoje eu ainda passo dificuldades, mas é dificuldade com a visão no novo horizonte”, afirma dona Creusa.
Ela lembra que anos atrás chovia muito mais, sobreviviam da roça e plantavamdiversos alimentos, como: andu, batata, feijão, mandioca aipim, pimenta malagueta, criava galinha, para vender parte destes produtose com a rendaajudar na criação dos filhos. Dona Creuza relembra que “quando era na época da seca não podia plantar nada, a gente criava galinha, porco, de maneira aleatória, ou seja, não tinha aquela organização. Porque agente só sabia fazer daquele jeito... Então a situação hoje, do que eu passava antes, está bem melhor, porque eu já não compro mais o frango, o ovo, já deixa de comprar em quantidade a carne do porco, a hortaliça mesmo, coentro, alface, pimentão, hortelã. Então, quando agente deixa de comprar essas coisas a gente economiza muito”. Para ela, um dos motivos dos prejuízos com a lavoura é o desmatamento para pastagem que contribuiu para a seca na região.
Outro produto que era cultivado pela família de dona Creusa no passado era o fumo. Essa produção resistia à estiagem e contribuía para a renda familiar quando terminava a colheita da roça, mas eles deixaram de produzir o fumo, pois refletiramque estavam contribuindo com a morte de outras pessoas. “Mas depois que eu entendi que eu estava contribuindo para que várias pessoas viessem a morrer ai eu parei”.
Dona Creusa sempre produziu de forma agroecológica: “Desde quando eu aprendi a pegar na inchada, aprendi com meus avós e com mãe que o produto químico mata os insetos depois mata você”. Ela conta que para combater as formigas espalha pela roça folhas de gergelim, tingui, mulungu e nin, pois quando essas folhas são levadas para o ninho entram em decomposição e as formigas se alimentam do fungo e morrem. Outro produto usado é a urina de vaca misturada com água para combater formiga, lagarta, gafanhotos, entre outros. Para a adubação do solo é usado o adubo dos frangos que ela cria. Atualmente, ela tem ao redor da casa o plantio de coentro, alface, cebolinha, pimentão, acerola e batata doce. O que é produzido na propriedade é usado na alimentação da família, e, além disso, é vendido no comércio local, feira livre e vizinhança. Já as sobras são usadas na alimentação dos animais, garantindo assim a segurança alimentar. Essa produção só é possível porque a agricultora construiu uma cisterna de consumo com recurso do PRONAF e armazena água da chuva e usa parte desta água para regar as plantas no período da estiagem.
A senhora Creusa não parou por aí. Em 2003 ela fez um curso de capacitação em apicultura e com o primeiro PRONAF, comprou cinco caixas e iniciou a captura das abelhas. “Eu comecei com 05 colmeias e cheguei a 100, depois foi pra 120, mais aí veio aquela seca, 02 anos mais ou menos atrás (2011/2012) eu perdi 90%,...as colméias foram embora porque agente aprendeu que a caixa é nossa, mas as abelhas não, ...mas depois a gente tentou recuperar novamente, recuperou quase todas”. Para ela, o trabalho com apicultura, que não é tão fácil, funciona como terapia, lembra ainda que a produção de mel é escoada para fora, pois no município as pessoas têm pouco hábito de consumir o produto.

A criação de galinha caipira é mais uma alternativa que a família encontrou para garantir a rendafamiliar com a venda dos ovos. Ela conta que a vantagem da criação da galinha caipira é que não precisa usarração, pois as galinhas comemmilho e folhas. Outra vantagem é que adoece menos eusa-semedicação caseira para prevenir. “É um desafio muito grande, mas aprendi muita coisa”. Após passar por algumas dificuldades no ano de 2011, a agricultora seguindo o conselho de um colega decidiutrabalharna criação dos frangos de corte. Esses animais têmuma alimentação bem balanceada com capim, milho, ração, folhagens, e com cinco meses estão ideal para o abate. O frango é comercializado no comércio local, restaurante, mercado e na comunidade.“Então hoje é assim, o carro chefe hoje aqui da família é o frango, agora que está chovendo agente está voltando a plantar, algumas coisas pretendo continuar assim que a cisterna sair. A situação vai melhorar”. Ela lamenta não poder aumentar a criação, pois não teria onde vender toda a produção, então a soluçãoseria vender para o atravessador que compraria por um preço bem menor.
Para complementar a renda familiar, a senhora Creusa investiu na criação de suínos, com 03 matrizes e 01 reprodutor. Isso porque quando os frangos estão pequenos ela vende os porcos. Ela conta que as fêmeas chegam a parir até 14 filhotes por vez, quando os mesmos completam 02 meses de vida são vendidos, pois a propriedade não conta com estrutura para engorda os animais. Para facilitar no preparo da alimentação dos animais criados no sítio, a agricultora comprou um motor para triturar o milho, que é acrescentado ao farelo de trigo. O restante dos alimentos sãoservidos para os porcos e demais animais criados por ela no quintal.
Ela relatou também os cuidados que deve ter com as plantas e os animais, aprendizado adquirido com os técnicos da COOTRAF (A Cooperativa de Assessoria Técnica e Educacional para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar), durante o período que a entidade prestou assistência técnica aos agricultores/as do município em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Para a melhoria de vida dos/as agricultores/as precisaria dar continuidadeà assistência técnica e organização comunitária e ressalta: “além da assistência técnica, porque a gente nunca sabe de tudo, precisa sempre está aprendendo. A gente precisa de uma organização, então a gente não pode ta aumentando a produtividade porque não temos um meio de escoamento, a gente não tem onde vender o produto em quantidade, então sem ter uma cooperativa, sem ter uma associação direcionada pra isso fica difícil”.

Dona Creusa será contemplada com uma Cisterna Calçadão com capacidade para 52 mil litros que será construída pela Cáritas Diocesana de Amargosa em parceria com o governo estadual através do Projeto Mais Água. Com a conquista do reservatório ela já faz planos de ampliar a produção de hortaliça, maracujá e acerola, como também plantar capim para voltar a criar ovelhas, pois com o aprendizado adquirido ela pode melhorar a produção e se preparar para enfrentar a seca. “Eu creio que com a chegada da cisterna vai ser excelente, tudo isso vai mudar. Então quando chegar o período seco meus animais não vão sofrer porque vou ta tendo ali o que tirar pra ta fazendo a ração pra dar pra eles”, afirma ela esperançosa.