terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PROGRAMA DE FORMAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL PARA CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO


Famílias estão sendo Capacitadas em Gestão de Recursos Hídricos  
  O Gerenciamento de Recursos Hídricos é a capacitação feita para com as famílias que recebem as cisternas de consumo humano, o objetivo do curso       é informar as famílias sobre os cuidados com as cisternas, com a água, cidadania, políticas publicas, organização comunitária, convivência com o semiárido, higiene. É trabalhado também no curso o envolvimento das famílias para com todo o processo de construção, desde a participação nas reuniões de decisões comunitária a todo o processo de construção das cisternas.
    Durante o mês de outubro, a Cáritas Diocesana de Amargosa deu continuidade a serie de Cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH), fruto da parceria entre CDA e a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza (SEDES).
 Ao todo foram realizados 13 cursos paralelamente entre os dias 11 a 26, nas diversas comunidades dos municípios de abrangência da Cáritas. Nas comunidades Lagoa Seca e Barra em Castro Alves/BA, Cachoeirinha e Traíras, em Itatim/BA, Paranaguá em Rafael Jambeiro/BA, Barbosa e Capinan em Santa Terezinha/BA, Tabuleiro do Itachama e Serra do Julião em Amargosa/BA, Sapucaia em Elísio Medrado/BA, Mandassaia e Morros em Iaçu/BA, Gameleiras em Milagres/BA. Reuniu um total de 319 pessoas, esse processo antecede as construções das cisternas que teve inicio logo após as capacitações em varias das comunidades citadas.

Oficina para capacitação de bombas manuais realizada pela CDA

Jovens dos municípios atendidos pelo Projeto Cisternas executado pela Cáritas Diocesana de Amargosa participaram da capacitação para confecção de bombas manuais. A capacitação aconteceu nos dias 15, 16 e 17 de outubro no salão paroquial de Iaçu onde funciona o escritório do projeto. Ao todo 34 jovens participaram da oficina na perspectiva de aprenderem a montar as bombas que serão utilizadas pelas famílias que receberam as cisternas.
         A troca de experiências e informações entre os participantes fortaleceu a discursão a respeito das formas de convivência para alem da comunidade, na perspectiva de um novo olhar para o semiárido e a região onde mora.  
         Na avaliação feita por todos, no final da oficina, concluíram que fora valioso o aprendizado adquirido.  Avaliava-se também da importância dos jovens serem das comunidades que receberam cisternas, pois os mesmos poderão orientar as famílias no manuseio das bombas e da importância das mesmas para a boa qualidade da água. Com a iniciativa a Cáritas de Amargosa amplia o numero de pessoas atendidas pelo Projeto.
 
Pedreiros socializam técnicas de construção de cisternas de placas.

Entres os dias 05 a 09 de outubro a Cáritas Diocesana de Amargosa realizou a capacitação com uma equipe de 26 pedreiros para construção de cisternas de placas para 16 mil litros. A oficina aconteceu em Elísio Medrado/BA na comunidade do Serrote e na comunidade Capivara. As três primeiras cisternas foram construídas nas casas das famílias de Daniela Silva, Maria de Lurdes (Serrote) e Mirian Lima (Capivara), os quais estiveram diretamente envolvidos no processo, pois escavaram os buracos para a construção das mesmas e acompanharam passo a passo as construções.
Durante a capacitação os profissionais socializaram as experiências e aperfeiçoaram as técnicas de construção para melhor resultado das cisternas.
Para o Senhor Jurandy, morador de uma comunidade no município de Boa Vista do Tupim /BA, com 56 anos pedreiro experiente, já trabalha a 10 anos na construção de cisternas de placas junto a Cáritas de Ruy Barbosa. Ele afirma que está feliz construindo esta tecnologia, o que tem o ajudado muito. Na casa dele mesmo tendo água encanada, construiu com recursos próprios uma cisterna, para captar água da chuva para beber. Segundo ele, quando não tem cisterna para construir pela Cáritas, trabalha na roça e em outras atividades, mas quando surgem às construções, ele volta para o oficio motivado com a certeza de cisternas prontas e famílias beneficiadas.    
Os pedreiros capacitados irão construir na área de atuação da diocese. Na semana seguinte a partir do dia 18 eles irão começar as construções nas demais casas das comunidades em Elísio Medrado/BA.  
 
Famílias estão sendo Capacitadas em GRH
            No dia 29 de Setembro iniciou a serie de Capacitação em Gerenciamento de Recursos Hídricos para as famílias beneficiadas pelo Projeto Cisternas. As primeiras famílias a ser capacitadas foram das comunidades do Serrote em Elísio Medrado e na comunidade Assupará em Rafael Jambeiro. No curso as famílias receberam orientações sobre os cuidados com as cisternas o gerenciamento da água, cidadania, a importância do fortalecimento e participação das associações comunitárias, convivência com o semiárido, higiene entre outros assuntos abordados. Durante todo o mês de outubro acontece GRH em comunidades dos municípios contemplados pelo projeto.
Capacitação de Facilitadores em GRH!

                       A Cáritas Diocesana de Amargosa capacitou 21 facilitadores de GRH (Gerenciamento de Recursos Hídricos). A capacitação aconteceu em Iaçu no salão paroquial onde está situada a sede do projeto. Os agentes envolvidos são moradores dos municípios contemplados pelo programa de cisternas.
             Durante os dois dias discutiram temas como: terra, aquecimento global, convivência com o semiárido, agroecologia e políticas publicas. Os conteúdos estudados irão aprimorar o conhecimento dos monitores que irão atua junto às famílias beneficiadas, as quais conquistaram uma cisterna de 16 mil litros para armazenar água da chuva para o consumo humano.
Na manhã de sexta feira dia 27, os monitores foram até as comunidades de Caatinga Velha e Lagoa Bonita conhecerem de perto os dois modelos de cisternas já construídas na região, pela Cáritas de Ruy Barbosa. Na visita, acompanhada pelo instrutor Agnaldo Rocha da Cáritas de Ruy Barbosa, foram orientados a respeito dos cuidados com a cisterna e nas possibilidades da produção de hortaliças agroecológico, nos canteiros econômicos.
Durante a visita de campo os educadores populares, conheceram dona Maria Coutinho moradora da comunidade Caatinga Velha, a qual muito feliz testemunhou que desde as primeiras chuvas do ano, que a sua cisterna havia enchido, desde então, não foi mais necessário receber água de carro pipa e a mesma, depois de sete meses de estiagem, ainda esta com aproximadamente a metade da água armazenada, pois ela só usa a água pra beber e cozinhar. 

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SEMIARIDO: Mesmo que a palavra semiárido signifique árido pela metade, a região pode ser sustentável por inteiro.

O Semi-Árido brasileiro é um dos maiores, mais populosos e também mais úmidos do mundo. Estende-se por 900 mil quilômetros, abrangendo o vale do Jequitinhonha, norte dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e os 9 estados do Nordeste; Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma parte do sudeste do Maranhão.
        A vegetação predominante é a caatinga que na língua Tupi significa Mata Branca (único bioma exclusivamente brasileiro), forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas; presença de cactos e bromélias; os arbustos costumam perder, quase que totalmente, as folhas em épocas de seca (mecanismo de defesa que evita a perda de água por evaporação); rica em espécies vegetais que não existe em nenhum outro lugar do planeta. É o Semiárido mais populoso do planeta, nele mora cerda de 22 milhões de pessoas, ou seja, 15% da população brasileira.  É também o mais chuvoso.
A palavra SEMIÁRIDO significa semi=quase + árido=seco, quase, ou seja, a primeira vista é seco, porem é o mais chuvoso do que outros semiáridos do mundo. A precipitação pluviométrica é de 750 milímetros anuais, em média. Em condições normais, chove mais de 1.000 milímetros. Na pior das secas, chove pelo menos 200 milímetros, o suficiente para dar água de qualidade a uma família de cinco pessoas por um ano. Alem disso, as chuvas são irregulares, má distribuída e algumas vezes, gerando períodos de chuvas, e longos períodos de estiagem.
Além disso, a água dos barreiros e açudes, onde se acumula a água da chuva, é geralmente poluída causando diversas doenças. Essa realidade vem mudando com o armazenamento de água de qualidade para o consumo humano por meio dos projetos executado pela ASA Brasil, em parceria com os governos estaduais e federais.


Saiba Mais
CONVIVENCIA COM O SEMIÁRIDO: Aprender a conviver para melhor viver
          O semiárido brasileiro é conhecido por ser um lugar seco e inviável para se viver. Porem, essa imagem negativista vem sendo mudada, pois o povo sertanejo e o mundo já perceberam as vastas riquezas nele encontrada. Não é apenas solo rachado, sol e pouca água. É povo, é musica, é festa, é arte, é religião, é história, é política, é processo social. O semiárido é bonito e viável para se viver.
          A seca faz parte de nossa realidade é um fenômeno natural, não se luta contra ela, mas aprende-se a conviver com ela. Desde que se tenha acesso a terra, a água usando-as de forma racional.
A chamada convivência com o semiárido parte de um princípio muito simples: implantação de alternativas apropriadas à seca, e a cada região. 
Por acreditar que semiárido brasileiro é lugar inviável para viver, criou-se idéias de inferiorizarão no povo sertanejo, como a indústria da seca, esta, é uma forma de exploração durante a época de estiagem, onde os políticos transformam a água em moeda de troca eleitoral.  E muitas vezes concentram os reservatórios em propriedades privadas impedindo o uso da população mais carente. Isso é resultante da falta de políticas publicas adequadas, de forma que o povo e o semiárido seja valorizado e respeitado a partir de suas reais necessidades.  
Tomamos como exemplo, as ações da ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) em parceria com os governos estaduais e federais, para implantação de tecnologias de capitação de água de consumo humano, animal e produção de alimentos, tendo em vista a convivência com o semiárido. A construção de cisterna de placas é uma das tecnologias mais bem sucedida, que vem mudando a realidade do povo sertanejo. A água capitada pelo telhado e bicas, é armazenada na cisterna e se usada de forma adequada permanecerá por todo o período de estiagem, garantindo melhor qualidade de vida, e alegria de saciar a sede com água de qualidade.
A natureza também tem o seu mecanismo para CONVIVER com o clima, a exemplo, do umbuzeiro, que em suas raízes armazena água suficiente para suportar o período da estiagem e garantir sua sobrevivência, eles também perdem suas folhas de maneira de economia. Grandioso símbolo sertanejo, o exemplo do umbuzeiro nos mostra que viver é aprender a conviver, também devemos nos organizar, e permitir que o semiárido brasileiro não seja visto apenas como um lugar de retirantes fugindo fartos da seca.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

ASA – Articulação no Semi-Árido Brasileiro

A ASA, (Articulação) no Semi-Árido Brasileiro, é um fórum de organizações da sociedade civil, que vem lutando pelo desenvolvimento social, econômico, político e cultural do semi-árido brasileiro, desde 1999. Atualmente, mais de 700 entidades dos mais diversos segmentos, como igrejas católicas e evangélicas, ONGs de desenvolvimento e ambientalistas, associações de trabalhadores rurais e urbanos, associações comunitárias, sindicatos e federações de trabalhadores rurais, fazem parte da ASA. A ASA surge a partir da iniciativa dessas organizações que há anos já trabalhavam na perspectiva da convivência com o Semiárido. Suas práticas significaram uma ruptura com a indústria da seca e com uma tradicional política coronelista, atrasada e cruel.
         A ASA se fundamenta no compromisso com as necessidades, potencialidades e interesses das populações locais, em especial os agricultores e agricultoras familiares, baseado em: a) a conservação, uso sustentável e recomposição ambiental dos recursos naturais do Semiárido; b) a quebra do monopólio de acesso a terra, água e outros meios de produção - de forma que esses elementos,  juntos, promovam o desenvolvimento humano sustentável do Semiárido. 
                                                                                                                                                 

Saiba mais
Criado e desenvolvido pela ASA, iniciado em julho de 2003, o Programa de Formação de e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido: um Milhão de Cisternas Rurais – P1MC vem desencadeando um movimento de articulação e convivência sustentável com o ecossistema do Semiárido, através do fortalecimento da sociedade civil, da mobilização, envolvimento e capacitação das famílias, com uma proposta de educação processual. O objetivo do P1MC é beneficiar cerca de 05 (cinco) milhões de pessoas em toda região semiárida, com água potável para beber e cozinhar, através das cisternas de placas, fortalecendo a convivência com o semiárido. 
Fonte: site http://www.asabrasil.org.br/

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