quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SEMIARIDO: Mesmo que a palavra semiárido signifique árido pela metade, a região pode ser sustentável por inteiro.

O Semi-Árido brasileiro é um dos maiores, mais populosos e também mais úmidos do mundo. Estende-se por 900 mil quilômetros, abrangendo o vale do Jequitinhonha, norte dos Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e os 9 estados do Nordeste; Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e uma parte do sudeste do Maranhão.
        A vegetação predominante é a caatinga que na língua Tupi significa Mata Branca (único bioma exclusivamente brasileiro), forte presença de arbustos com galhos retorcidos e com raízes profundas; presença de cactos e bromélias; os arbustos costumam perder, quase que totalmente, as folhas em épocas de seca (mecanismo de defesa que evita a perda de água por evaporação); rica em espécies vegetais que não existe em nenhum outro lugar do planeta. É o Semiárido mais populoso do planeta, nele mora cerda de 22 milhões de pessoas, ou seja, 15% da população brasileira.  É também o mais chuvoso.
A palavra SEMIÁRIDO significa semi=quase + árido=seco, quase, ou seja, a primeira vista é seco, porem é o mais chuvoso do que outros semiáridos do mundo. A precipitação pluviométrica é de 750 milímetros anuais, em média. Em condições normais, chove mais de 1.000 milímetros. Na pior das secas, chove pelo menos 200 milímetros, o suficiente para dar água de qualidade a uma família de cinco pessoas por um ano. Alem disso, as chuvas são irregulares, má distribuída e algumas vezes, gerando períodos de chuvas, e longos períodos de estiagem.
Além disso, a água dos barreiros e açudes, onde se acumula a água da chuva, é geralmente poluída causando diversas doenças. Essa realidade vem mudando com o armazenamento de água de qualidade para o consumo humano por meio dos projetos executado pela ASA Brasil, em parceria com os governos estaduais e federais.


Saiba Mais
CONVIVENCIA COM O SEMIÁRIDO: Aprender a conviver para melhor viver
          O semiárido brasileiro é conhecido por ser um lugar seco e inviável para se viver. Porem, essa imagem negativista vem sendo mudada, pois o povo sertanejo e o mundo já perceberam as vastas riquezas nele encontrada. Não é apenas solo rachado, sol e pouca água. É povo, é musica, é festa, é arte, é religião, é história, é política, é processo social. O semiárido é bonito e viável para se viver.
          A seca faz parte de nossa realidade é um fenômeno natural, não se luta contra ela, mas aprende-se a conviver com ela. Desde que se tenha acesso a terra, a água usando-as de forma racional.
A chamada convivência com o semiárido parte de um princípio muito simples: implantação de alternativas apropriadas à seca, e a cada região. 
Por acreditar que semiárido brasileiro é lugar inviável para viver, criou-se idéias de inferiorizarão no povo sertanejo, como a indústria da seca, esta, é uma forma de exploração durante a época de estiagem, onde os políticos transformam a água em moeda de troca eleitoral.  E muitas vezes concentram os reservatórios em propriedades privadas impedindo o uso da população mais carente. Isso é resultante da falta de políticas publicas adequadas, de forma que o povo e o semiárido seja valorizado e respeitado a partir de suas reais necessidades.  
Tomamos como exemplo, as ações da ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) em parceria com os governos estaduais e federais, para implantação de tecnologias de capitação de água de consumo humano, animal e produção de alimentos, tendo em vista a convivência com o semiárido. A construção de cisterna de placas é uma das tecnologias mais bem sucedida, que vem mudando a realidade do povo sertanejo. A água capitada pelo telhado e bicas, é armazenada na cisterna e se usada de forma adequada permanecerá por todo o período de estiagem, garantindo melhor qualidade de vida, e alegria de saciar a sede com água de qualidade.
A natureza também tem o seu mecanismo para CONVIVER com o clima, a exemplo, do umbuzeiro, que em suas raízes armazena água suficiente para suportar o período da estiagem e garantir sua sobrevivência, eles também perdem suas folhas de maneira de economia. Grandioso símbolo sertanejo, o exemplo do umbuzeiro nos mostra que viver é aprender a conviver, também devemos nos organizar, e permitir que o semiárido brasileiro não seja visto apenas como um lugar de retirantes fugindo fartos da seca.


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