sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ciclo de curso em GRH é encerrado em clima de otimismo!


Chega ao final a série dos cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH) pelo projeto cisternas executado pela Cáritas Diocesana de Amargosa com o apoio da SEDES – Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza.  
         Foram realizados 36 cursos nos nove (09) municípios de atuação da Cáritas, 1080 famílias capacitadas em gestão da água. As famílias receberam orientações sobre o cuidado com as cisternas e o manejo e tratamento da água, convivência com o semiárido e suas potencialidades, formação das chuvas e causas das suas irregularidades.
         As capacitações possibilitaram às famílias a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre a região semiárida, como também aprimorar os conhecimentos que contribuirá para o empoderamento dos mesmos. Gerando assim um clima de otimismo nos participantes e a certeza de que viver no semiárido é está descobrindo suas múltiplas alternativas e estratégias possíveis para garantir principalmente o acesso à água.

Telhados estão sendo reformados para garantir a captação da água de chuva!


No semiárido brasileiro os problemas enfrentados pela população não se restringe apenas ao acesso a água, entre outros, está também a situação das moradias em condições precárias e com tamanhos de telhados inferiores a 40m², tornando assim impossível a captação da água necessária para encher uma cisterna de 16 mil litros. Além de tamanho inferior dos telhados, ainda encontramos uma série de outros problemas como casas de taipa com coberturas de palha ou amianto, entre muitos outros, condições estas que mostra o descaso da sociedade para com os mais pobres. 
    Para garantir que as famílias tenham condições dignas e possam ter telhados em condições favoráveis a captação da água, a Cáritas Diocesana de Amargosa em parceria com a SEDES – Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza tem contribuído com reformas e ampliação de vários telhado de casas das famílias atendidas por este Projeto. Outra ação importante da Cáritas esta sendo a articulação com organizações locais para a melhoria ou reconstrução de algumas casas em condições precária, para que as famílias possam ter um ambiente digno para morar.

Agentes Comunitários de Saúde capacitados para a Convivência com o Semiárido e gerenciamento da água das cisternas.


O envolvimento de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em projetos de convivência com o semiárido é uma proposta inovadora que tem contribuído para a educação continuada das famílias, nas orientações e no manejo da água de cisternas.
No Brasil, a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e depois com o Programa Saúde da Família se deu com o objetivo de diminuir os números da mortalidade infantil e materna no nordeste. Diante da importância do trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde a ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) dialogou com os seus financiadores que era preciso investir nos ACS que atuam na zona rural, para um acompanhamento mais qualificado às famílias do campo, no monitoramento da água das cisternas.
Com esta iniciativa da ASA, o governo do estado da Bahia também compreende que as famílias atendidas pelos programas de construção de cisternas devem ser acompanhadas sistematicamente de um intenso trabalho de monitoramento, pois muitas delas têm dificuldades de seguir as orientações nos cuidados e no tratamento da água, assuntos trabalhados nos cursos de Gerenciamento de Recursos Hídricos (GRH), podendo ocasionar diversas doenças. A partir daí, os projetos conveniados pela SEDES – Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza com as entidades executoras, tem possibilitado a capacitação de centenas de ACS, que acompanha as famílias moradoras da zona rural.
A Cáritas Diocesana de Amargosa tem como meta capacitar 240 ACS que atuam nas comunidades rurais dos municípios atendidos pelo Projeto Cisternas, convênio Cáritas/SEDES. Eles receberão orientações sobre os cuidados necessários para evitar doenças a partir da utilização da água armazenada nas cisternas e o gerenciamento da mesma; Um olhar para a comunidade; Convivência com o Semiárido; Água – Políticas Públicas e Cidadania; Monitoramento pelos ACS; Importância da organização comunitária.

Cisterna ao pé da casa é sinônimo de mais saúde para as famílias no semiárido!


                        O acesso a água é sempre um desafio para a população que vive no semiárido e no que se refere a qualidade da mesma. Em muitos casos as famílias têm que acordar de madrugada e sair em busca de água de beber, cozinhar e para os gastos da casa, caminham vários quilômetros para conseguir a água de barreiros, barragens ou tanques de pedras. Esta água encontrada é disputada por pessoas e animais, sem falar que a mesma vem de correntezas com fezes e urina de animais e até mesmo fezes de humanos, sendo esta um lugar de proliferação de doenças.
Os tanques de pedras, barreiros, pequenas barragens e outros tradicionais reservatórios de água, acumulam uma grande concentração de verminoses. Os quais podem causar diversos problemas de saúde nas pessoas.
A captação e armazenamento de água de chuva em cisternas sendo uma alternativa de melhoria de vida é uma solução para abastecimento de água de qualidade para consumo humano, associado à adoção de medidas mais adequadas para que o nível de contaminação possa ser minimizado.
Para garantir a qualidade desta água, os cuidados começam desde a escolha do local para instalação da obra. A cisterna deve ser construída longe de fossas e currais. O telhado deve está sempre limpo e a primeira água da chuva deve ser desviada. As bicas, os canos e o coador devem ser lavados. A cisterna deve ser lavada pelo menos uma vez por ano, quando a água secar. Para retira a água, utiliza-se a bomba, pois as vasilhas poderão levar contaminação para a cisterna, sem contar que, as famílias precisam manter todos os recipientes utilizados para armazena a água limpos, assim garantirá sua qualidade.