segunda-feira, 10 de outubro de 2011

A Cáritas reúne comissões para avaliar a execução do projeto

Tem sido um esforço da equipe da Cáritas de Amargosa reunir as comissões executivas municipais para avaliação da execução do Projeto Cisternas. As comissões foram responsáveis pela indicação das comunidades a serem contempladas e acompanharam todo o processo de mobilização, capacitação das famílias e construção das cisternas. Membros destas comissões têm participado de encontros estaduais (Encontros para Comissões Municipais e de Acesso a Água de Beber e Produzir), nacional (II Encontro Nacional de Agricultoras(es) Experimentadoras(es) do Semiárido), todos realizados pela ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro). Estas atividades têm possibilitado às comissões a troca de experiência com pessoas de outras entidades, isso fortalece a ação dos mesmos no dia a dia em seus municípios.
Na fala de Cosme Santana (membro da comissão municipal de Amargosa) podemos entender o quanto é importante a ação da Cáritas com a construção de cisternas: “então agente ver aí em cada município 120 cisternas de consumo sendo construída, exatamente nas mãos das famílias que necessitam, choravam por uma gota de água e que hoje agente ver chorar de alegria...isso é muito gratificante. Agente tem participado através do projeto de outras conferências... Fomos participar do congresso estadual da comissão municipal e de lá agente volta com mais conhecimento, volta com o olhar ainda mais amplo do que já tinha, disso não tenho dúvida que vale os esforços da gente”.
 Estas reuniões também tem sido oportuna para avaliar as ações da Cáritas de Amargosa, como também para o planejamento da confraternização de todos os beneficiários no dia 09 de outubro deste ano, na cidade de Amargosa/BA. A Cáritas pretende reunir beneficiários, comissões, sociedade civil, diretoria, representantes do puder publico, para celebrar a conquista das cisternas para a microrregião e o impacto deste projeto nas comunidades.

Agentes Comunitários de Saúde capacitados para o monitoramento das cisternas

 Durante os meses de julho e agosto a Cáritas Diocesana de Amargosa em parceria com a ASA – Articulação no Semi-Árido Brasileiro capacitou agentes comunitários de saúde que moram e atuam nos municípios da área de atuação da Cáritas. As capacitações têm como objetivo orientar os agentes no monitoramento e gerenciamento da água de cisterna, convivência com o semiárido.
As atividades foram bem aceitas pelas secretarias municipais de saúde e pelos agentes comunitários, que avaliaram a capacitação um momento o qual permitiram a eles conhecer melhor as necessidades das comunidades e também propôs um acompanhamento sistemático aos usuários nos cuidados com a água. A ação foi realizada com o apoio do Governo do Estado através da SEDES – Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a pobreza.

As famílias beneficiadas com cisternas de produção foram capacitadas para o plantio agroecológico.


A Cáritas conclui o ciclo de capacitações com as 120 famílias  beneficiarias de cisternas para a produção. Os cursos foram aplicados aos beneficiários para que possam aprimorar os conhecimentos sobre convivência com o semiárido, gerenciamento de recursos hídricos, manejo do solo, cultivo de hortaliças e fruteiras, integração e respeito com a natureza, segurança alimentar e nutricional. Cada família esta recebendo uma cisterna de placas com capacidade para 52 mil litros de água, água esta usada para regar o plantio feito ao redor de casa, possibilitando às famílias melhoria na alimentação, segurança alimentar e geração de renda.
Todas estas capacitações foram acompanhadas por um monitor/a e a técnica em agropecuária Letícia Fausto Bispo, os quais têm orientados no preparo de adubos orgânicos, do solo, uso consciente da água e manejo de culturas, diversificação da produção, segurança alimentar e nutricional, defensivos naturais, etc. As capacitações estão acontecendo em forma de intercâmbio, onde as famílias aprendem com a troca de experiência.

A agroecologia a serviço da harmonia com a natureza

A agroecologia é uma ciência que defende a utilização de técnicas para produzir alimentos mais saldáveis, usando os produtos da natureza e de forma natural. A difusão destas técnicas agroecológicas entre os agricultores tem contribuído para a diversidade de ofertas de alimentos de qualidade no mercado e manejo sustentável dos recursos naturais, favorecendo a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis.
A comercialização dos produtos da agricultura familiar é uma importante estratégia para o fortalecimento da agroecologia no Semiárido. A diversidade de alimentos produzidos pelas famílias agricultoras são frutos da capacidade de trabalho, observação e relacionamento harmonioso dos povos com as plantas e o solo. Essa diversidade e o conhecimento acumulado de geração em geração se constituíram em um importante patrimônio a serviço das populações.
O uso de adubos orgânicos contribui para o equilíbrio da vida no solo e alimenta as plantas, controlando naturalmente os insetos. 
Em cada região do semiárido é possível, ainda, perceber as famílias fazendo do seu habitat uma escola de vida, onde cada família aprende a produzir o seu alimento e garantir estratégias de segurança alimentar, com capacidades de estocagem de água e alimentos para si e água e forragem para os animais (Texto Referencial: Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional no Semiárido – S-01/II).
Os quintais produtivos vêm sendo uma referência no nordeste, como forma de convivência com o semiárido e sustentabilidade. O espaço ao redor da casa, onde o solo é mais fértil por ser o local onde são jogados restos de alimentos e estercos de animais, é propicio a produção de hortaliças e plantas medicinais. As famílias experimentadoras a partir dos conhecimentos acumulados de geração em geração e de técnicas de convivência com o semiárido tem transformado a paisagem do sertão.
Geralmente quem fica a frente desta atividade são as mulheres, as quais com muita garra dedicam parte do seu tempo aos cuidados com as hortas. Embora muitos ainda não tenham percebido a potencialidade deste modelo de cultivo, a ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) tem difundido essa técnica com a perspectiva de ampliar a produção para o consumo e vender o excedente.
Embora identificassem toda esta riqueza, também se destaca problemas enfrentados pelas famílias experimentadoras: é pouca terra ou quase nenhuma, é a demanda pela água, por conta da irregularidade das chuvas ou falta de reservatórios para armazenar água para a produção, problema este que impede o pequeno agricultor de produzir para o seu próprio consumo.