quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Campanha contra cisternas de plástico ganha força no Semiárido

  A campanha “Cisternas de Plástico/PVC – Somos Contra!” está ganhando cada vez mais força e capilaridade no Semiárido brasileiro. A discussão sobre as cisternas de plástico se irradia através das comissões municipais, formadas por, no mínimo, três organizações da sociedade civil em cada um dos 1.076 municípios que a ASA atua. O assunto também ocupa espaço privilegiado nas reuniões das organizações gestoras dos programas executados pela rede.

   Na Bahia, por exemplo, “as comissões municipais e microrregional de água avaliam que é importante estarem inseridas nesse debate, mobilizando e travando ações contra a implantação dessas cisternas. É papel da comissão levantar questões, discutir e gerar ações que impeçam a continuidade dessa proposta”, destaca um texto produzido pela organização MOC, que atua na região sisaleira do Semiárido baiano.


   Em Pernambuco, a ASA Estadual decidiu pela realização de um ato público, no dia 25 de janeiro, em Petrolina. Já no Ceará, foram produzidos dois spots sobre a campanha para divulgar nas rádios das zonas rurais para informação e mobilização das famílias agricultoras. Em Sergipe, está sendo realizado um abaixo- assinado para ser encaminhado para o poder público e foi divulgada uma carta de repúdio às cisternas de plástico.

  Em nível nacional, a ASA lançou uma estratégia de divulgação da campanha nas redes sociais.  Quase cem pessoas já curtiram a campanha no Facebook e dezenas de pessoas compartilharam e deixaram comentários na página. No dia 15 de dezembro a Articulação realiza o dia de mobilização nas rádios contra as cisternas de plástico. A ideia é que cada organização ocupe pelo menos uma rádio na sua região para falar sobre a campanha.

  Durante o encontro com as novas organizações que vão executar os programas da ASA, que terminou hoje (7), em Moreno –PE, foram distribuídos CDs com spots da campanha para que as organizações possam iniciar a articulação nas rádios. 

  A instalação das cisternas de plástico no Semiárido representa para a ASA um enorme retrocesso de uma importante conquista das famílias agricultoras nos últimos 11 anos: o direito à água de qualidade. Em um pouco mais de uma década, as ações da ASA em parceria com a iniciativa privada, governo federal e organizações da cooperação internacional, foram responsáveis pela construção de mais de 500 mil cisternas de 16 mil litros.

  As cisternas de plástico custam o dobro das de placa e, por chegarem prontas para as famílias, não movimentam a economia local como as de placa, cujos materiais são adquiridos na região e são empregadas pessoas das comunidades capacitadas para a construção da tecnologia.

   “A cada mil cisternas construídas, são injetadas R$ 20 milhões no mercado local”, salienta panfleto de divulgação da campanha. As cisternas de PVC, por sua vez, serão fabricadas e transportadas por empresas. Sem falar na menor durabilidade do plástico e possibilidades de causarem riscos à saúde das famílias que vão consumir a água.


Verônica Pragana - Asacom 07/12/2011

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