segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Recarga de Cisternas-calçadão garante a produção de alimentos durante a seca no Território da Borborema


Olímpia Figueredo - Assessora de comunicação da AS-PTA
Massaranduba - PB
28/01/2013

Agricultora Gerusa Marques abasteceu a cisterna-calçãdão com a iniciativa. | Foto: Olímpia Figueredo
Diante da seca mais severa dos últimos 30 anos, as famílias agricultoras do Território da Borborema, na Paraíba, seguem desafiadas a implementar novas estratégias de convivência com a longa estiagem. A recarga de cisternas é uma delas. Com a ajuda de uma unidade itinerante de bombeamento, a pouca água dos pequenos reservatórios existentes na propriedade, que ficam sujeitas as perdas por evaporação e infiltração, é bombeada para a cisterna, garantindo a segurança hídrica das famílias, a manutenção das atividades produtivas e o alongamento da oferta de produtos nas feiras agroecológicas, gerando renda principalmente para as mulheres agricultoras da região. A agricultora Gerusa da Silva Marques, do sítio Cachoeira de Pedra D’água, em Massaranduba, planta feijão, fava, milho, hortaliças e frutíferas e ainda cria animais de médio e pequeno porte como galinhas, cabras e porcos. Ela fez a recarga da sua cisterna-calçadão de 52.000 litros pela segunda vez e afirma que com esse gesto a produção da família está garantida: “a recarga veio em uma hora difícil pra mim, pois nos períodos de seca a produção na horta não acontece como devia, mas de tudo a gente tem um pouco aqui, se não tem as hortaliças, já tem uma galinha, um bode, quando falta um, tem o outro, quem vive da agricultura é assim”, conta. Gerusa afirma que com a cisterna sempre cheia, consegue atravessar a ausência de chuva, sem parar de produzir e com isso, permanece levando produtos à feira agroecológica de Massaranduba.
De acordo com Maria Leônia Soares, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Massaranduba e membro da Coordenação do Polo da Borborema, o trabalho de recarga de cisternas começou no início de 2012. Segundo ela, esta é uma iniciativa que apoia e incentiva uma estratégia que já era implementada pelos agricultores e agricultoras da região: “Nós temos uma realidade de pequenas propriedades, por isso procuramos valorizar a produção no arredor de casa e a recarga garante que a produção neste espaço, importantíssimo para a alimentação e geração de renda da família, não pare mesmo durante a seca”, explicou a liderança.
A motobomba acoplada a uma mangueira de 50 a 200 metros permite que em aproximadamente 3 horas se possa transferir 52 mil litros de água dos barreiros para as cisternas. Essa iniciativa, inicialmente desenvolvida pelas famílias agricultoras do Cariri assessoradas pelo Patac, foi apoiada na região do Polo da Borborema pela Manos Unidas e pelo Projeto Terra Forte, que tem o objetivo de contribuir para a reversão e prevenção dos processos geradores da desertificação e do empobrecimento da população no semiárido brasileiro. “A ação conta com quatro motobombas itinerantes, que vão passando pelos 15 municípios do região do Polo e já atenderam cerca de 50 famílias”, explica Cleibson Santos, técnico da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia que assessora os agricultores do Polo da Borborema neste processo.

Fonte: ASA BRASIL. 

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Famílias agricultoras de Santa Cruz (PE) comemoram água armazenada com últimas chuvas
Comunicação Caatinga
23/01/2013
Seu Antonio comemora a captação de água da chuva em sua cisterna | Foto: Elka Macedo
Apenas duas chuvas foram o suficiente para reacender a esperança dos sertanejos e sertanejas do Araripe Pernambucano. Em depoimento, famílias agricultoras do município de Santa Cruz relatam que as boas chuvas que caíram no dia 07 de novembro do ano passado e no último dia 05 de janeiro foram suficientes para armazenar em algumas cisternas de produção, quase 30% da capacidade total equivalente a 52 mil litros de água.

Construídas recentemente, em algumas comunidades do município de Santa Cruz da Venerada, as cisternas de produção já geram bons resultados e animam as agricultoras e agricultores da região. Mas, foi na comunidade da Fazenda Volta localizada a cinco quilômetros da sede do município, que a chuva fez a diferença na vida das famílias.
José Tavares Ibiapino, agricultor de 67 anos fez o cálculos e viu que já tem uma boa quantidade de água em sua cisterna. “Já fiz uma base de que a cisterna está com uma faixa de 16 mil litros de água pela base que a gente fez. Já é uma ajuda grande. Ai vamos esperar, se Deus mandar mais chuva a esperança é que ela encha”, enfatiza.
“Essa cisterna chegou numa hora abençoada. Eu considero uma riqueza grande. Quem é de nós que vai ter condição de fazer uma cisterna desta. Ai, se Deus quiser e a gente vê uma cisterna dessa cheia estamos sossegados por um bocado de dia”, sonha o agricultor Antonio Delmiro de 65 anos.

Além do desejo de ver a cisterna cheia, muitos já planejam o que fazer com a água. È o caso de Gildete de Andrade Galvão. “Se cair mais chuva eu quero fazer uma horta. Ai todo dia eu digo para os meus filhos: Se chover e pegar água nessa cisterna, nós vamos fazer uma horta”, planeja a agricultora.

A construção está sendo feita no âmbito do Programa Pernambuco Mais Produtivo do Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura Familiar (SEAF) e ProRural com apoio da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA), cuja meta é construir 15,5 mil cisternas calçadão no Sertão e no Agreste do Estado. No Araripe Pernambucano e médio São Francisco, a execução está sendo feita pela Ong Diaconia com apoio da Ong Caatinga.

Meta - A meta do Projeto Pernambuco mais Produtivo é construir 15.500 cisternas calçadão, e outras tecnologias sociais como barreiros lonados, cisternas telhadão e de enxurrada, além de tanques de pedra. Na região do Araripe e do Submédio São Francisco serão construídas 1775 cisternas calçadão de 52 mil litros. Os municípios que estão sendo beneficiados são Araripina, Santa Cruz, Afrânio, Ipubi, Exu, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande.

“Além do processo de formação das famílias para a convivência com o semiárido, esta iniciativa está agregada à implementação de tecnologias como as cisternas calçadão, que é mais uma forma de estruturar os sistemas familiares para a produção de alimentos para a família e para os animais. O depoimento das famílias sobre ter reservatórios e captar água da chuva nesse momento crítico da seca, reflete o aspecto positivo da parceria da ASA com a SEAF/ProRural para a mudança da qualidade de vida das famílias agricultoras da nossa região”, destaca o Coordenador de Desenvolvimento Regional e Políticas Públicas do Caatinga, Márcio Moura.

FONTE: ASA BRASIL 

CAPACITAÇÃO DAS FAMÍLIAS






















CAPACITAÇÃO DE PEDREIROS.